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quarta-feira, 7 de março de 2018

TEM BAIÃO NA SALA ADONIRAN BARBOSA

A pretexto de contar a história do pernambucano Luiz Gonzaga (1912-1989) e as origens do Baião, um grupo de jovens músicos e atores termina por fazer um belo baile popular, com a presença da platéia que pouco a pouco se entusiasma e cai na dança. Dá-se a essa história o título de uma música eletrizante e bem feita do baiano Gilberto Gil: De Onde Vem o Baião.
Gostei de assistir a performance, digamos assim, de um trio musical e de duas duplas de dançarinos. O trio, formado por uma zabumba, uma sanfona e um triângulo, superou minhas expectativas. O triângulo é competentemente tocado por uma mulher que canta muito bem. Afinadíssima, tanto no triângulo quanto na voz. Lembra um pouco Elba Ramalho, mas isso não a compromete em instante nenhum.

De Onde Vem o Baião começa exatamente com a música que dá título ao gênero, que o conjunto musical cearense Quatro Azes e um Coringa, lançou no dia 22 de maio de 1946, num disco de 78 Rpm. Essa música, que a portuguesinha Carmem Miranda cantou numa versão do americano Ray Gilbert no filme Nancy Goes to Rio, que aqui ganhou o título de Romance Carioca. A Baião, de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, seguem-se outras pérolas do repertório Gonzaguiano, como Carolina com K e Sala de Reboco. Num momento do espetáculo, o público é convidado a dançar e aí vira um forró verdadeiramente autêntico, com zabumba, sanfona e triângulo. E não é que de repentemente lá estavam o editor José Cortez e a jornalista Cris Alves? Ao fim da zabumbada, sanfonada e triangada a Cris Chegou a mim e, arfando, não aguentou-se e disse: "o Cortez acabou comigo".
O espetáculo, com direção de Wanderley Piras, permanecerá em cartaz até o próximo dia quatro na sala Adoniran Barbosa (Centro Cultural São Paulo, Rua Vergueiro, 1000).
Ah! Ia me esquecendo de dizer, considero ridícula a não permissão de fotos do espetáculo, durante a apresentação.
Esse é um espetáculo simples e bonito que recomendo a todo mundo, de todas as idades e sexos, e a ficha técnica é esta:
de 20/2 a 4/4
Em um pequeno salão de forró pessoas se encontram e se relacionam. Homens e mulheres dançam, recordam o passado e devaneiam por suas memórias, que acabam por invadir a cena. A música conduz o espetáculo pela história do forró pé de serra, que nasceu no sertão nordestino e nas últimas décadas vem passando por um “processo de urbanização”. Porém ela é contada a partir do pequeno: das pessoas presas em sua timidez e sua solidão, buscando a dança para encontrar o amor, a amizade ou pelo menos ter por alguns minutos um contato físico com outro ser.
direção: Wanderley Piras – dramaturgia: Rodrigo Andrade – elenco: Rodrigo Andrade, Ana Paula Trevisan, David Caldas e Zenaide Paludo – músico responsável: Ricardo Pesce – músicos convidados: Zé Neto e Illa Benício
terças e quartas, às 20h – 60min – Sala Adoniran Barbosa
R$15,00 – a venda estará disponível na bilheteria em seu horário de funcionamento (terça a sábado, das 13h às 21h30, e domingos, das 13h às 20h30), e no site Ingresso Rápido a partir de 30 dias antes do evento (mesmo no caso de temporadas longas) – preço popular: R$3,00 (somente no dia 6/3) – serão vendidos apenas dois ingressos por pessoa, na bilheteria do CCSP, que será aberta duas horas antes do início do espetáculo – os ingressos não estarão disponíveis pela internet.


REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA

Ontem foi feriado em Pernambuco. O feriado lembra a Revolução Pernambucana desencadeada no dia 06 de março de 1817 e que teve entre seus líderes Joaquim da Silva Rabelo (1779-1865). Esse Joaquim também era chamado de Frei do Amor Divino, ou, simplesmente, Frei Caneca. Esse Frei também participou do Movimento que ficou conhecido como Confederação do Equador, formada pelo Rio Grande do Norte, Paraíba, Ceará e Pernambuco. Depois de preso, Frei Caneca foi condenado à morte por enforcamento, mas seus carrascos se recusaram a executar a pena. Resultado: Frei Caneca acabou tombado crivado de balas diante de um paredão.


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