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domingo, 16 de julho de 2017

DITOS, AS PÉROLAS DO POVO

A cultura popular e seus ditos são fantásticos, portadores de grande sabedoria, certo? 
A cultura popular está em todo o canto, como em todo o canto está o povo.
A cultura popular é resultado da vivência do povo. E isso se acha no teatro, no cinema, na música, nas artes em geral. E uma coisa puxa a outra. Por exemplo quando algo não interessa aos político, eles dizem desconhecer a causa ou a razão dos fatos. Quer ver? Lula nunca soube de nada, especialmente das acusações que lhe são feitas, é o que se lê, é o que se ouve. 
O nada saber de Lula faz-me lembrar o filósofo grego da Era Clássica, Sócrates.
Sócrates foi condenado à morte no ano 4.000 a.C., sob a acusação de corromper a juventude e negar os deuses do seu tempo. Corromper no sentido de convencimento de ideias e ideias. Sócrates, como se sabe, já nasceu avançadíssimo para o seu tempo. Tanto que ele e sua obra sobrevivem. 
Ao escolher o tipo de morte, Sócrates escolheu a cicuta. 
Além da obra, Sócrates legou à Eternidade a frase clássica: "Só sei que nada sei". Simplicidade profunda, profundíssima, não é mesmo?
Pode se dizer que Sócrates foi vítima da Justiça de seu tempo. A Justiça destes tempos acaba de condenar o ex presidente Luiz Inácio Lula da Silva a 9 anos e meio de cadeia. Justiça ou injustiça?
Ao fim do laudo condenatório o juiz Sergio Mouro recorreu à sabedoria popular: "Não não importa o quão alto você esteja, a lei ainda está acima". 
Uma coisa puxa a outra: "Aqui se faz, aqui se paga". Outra: "A Justiça tarda mas não falha". Mais uma : "Olho por olho, dente por dente". E esta, que está na boca de todo mundo: "Pau que bate em Chico bate em Francisco. E tem aquela também: "É pau que bate em doido!".
Olho por olho etc., tem origem babilônica, tá na Bíblia. Consta que foi dita muitos séculos antes de Cristo vir ao mundo. Tem pinta de vingança.
Já a Justiça tarda etc., veio do povo português, como tantas outras. 
A ideia de justiça foi amplamente exposta e discutida por Aristóteles.
Segundo a visão aristotélica, justiça é uma coisa para ser aplicada igualmente a todos. É aquela história de a Lei ser para todos. A injustiça é uma variante da justiça, que recai muitas vezes sobre a cabeço do povo que não tem grana pra pagar a advogados de elite, como esses que estão ai a defender lustrosos nomes da República. 
Uma vez questionado sobre lei, Getúlio Vargas teria dito: "A Lei? Ora a Lei!". Ele também teria dito a seguinte frase: "Para os amigos tudo, para os inimigos a Lei".
Para ilustrar, um poeminha que acabo de compor:

Diógenes foi um craque
Do escracho e do saber
E viveu por muito tempo
Tentando só entender
Por quê se rouba tanto
Desde sempre até morrer

Cego, pobre e doido
Ele partiu após dizer
Que Deus não teve culpa
De o homem escolher
O verbo Ter antes do Ser
Como via prá viver

Assim o tempo passa
Sem o homem perceber
Que entrou em parafuso
Nas entranhas do seu Ter
E é certo que nem sabe
Que perdeu-se do seu Ser.

Após elo perdido
partido, o que fazer?
Terá salvação salvação?
Ou ele irá morrer
No pó e na sujeira
Dos escombros do Poder?






BRINCANDO COM A HISTÓRIA (37)








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