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quarta-feira, 9 de setembro de 2015

UM MIILHÃO E MEIO DE LIVROS A PREÇO DE BANANA

Padam, Padam...
Fico ouvindo na vitrola o disco rodar com Piaf repetindo quase a exaustão:
Padam, Padam...
Padam, Padam talvez não queira dizer nada, não há tradução.Mas Padam, Padam, na memória de Piaf traz uma história de amor que termina em “coração de madeira”.
Padam, Padam, talvez seja essa expressão entendida na interpretação da Piaf como o “tam, tam, tam, tam”, do Beethoven; o “pararam”, do amigo Luiz Guerrero. É como se de um modo ou de outro usássemos o et-cetera para dizermos coisas que tais. Assim, como...Reticências servem para deixar no ar uma imagem, uma repetição, uma ideia de algo por vir. Também quase uma obviedade.
Padam, Padam...O amigo José Cortêz me telefona,um tanto decepcionado, com os rumos inda indefinidos ora hoje o Brasil passa.
Através dele, José, fico sabendo que a Bienal do Livro de Recife foi abreviada.
E também através dele, José, fico sabendo que houve – a imprensa não noticia – que como tão rapidamente chegou da mesma forma acabou a Bienal, ou algo que o valha, do Rio de Janeiro. O assunto é música, o assunto é poesia, o assunto é conhecimento.
E também através do meu amigo José, fico eu sabendo que o governo deixou de comprar livros para distribuição entre as escolas do meu Brasil brasileiro.
È, também não gostei. É como se a Pátria Educadora fosse uma mera referência a educação.
E aí o meu amigo José, um louco educador, fundador de uma tradicional editora que leva o seu nome (Cortêz Editora), como espécie de protesto achou de presentear o Brasil com algo em torno de 1,5 milhão e meio de exemplares de livros que editou distribuindo praticamente de graça. De graça porque cada exemplar, desse milhão e meio, custará pra todo mundo reais de cincoenta 50 centavos, um, dois, três...
A tristeza de José Cortêz reflete na grandeza dele em distribuir todo o seu estoque de livros a preço de banana. De banana não, pois banana esta com o preço pela hora da morta, como o tomate, o abacaxi, o limão...
As bienais ou feiras de livros no Brasil, estão em extinção.
Que pena.
E a educação do Brasil para onde é que vai?
E a cultura popular do Brasil, meu Deus!



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