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sexta-feira, 2 de maio de 2014

A HISTÓRIA EM CORDEL

Nos últimos cento e poucos anos, os mais expressivos personagens da vida brasileira se acham retratados na música popular e na literatura de cordel. Nesse baú de histórias incríveis há desde Pedro Álvares Cabral a Dilma Rousseff, passando por Vargas, Kubistchek, Jânio, Jango, generais do ciclo militar, Tancredo, Sarney, Collor, Fernando Henrique, Lula, o mais cordelizado etc., sem falar de nomes dos esportes, como Pelé; da música, como Luiz Gonzaga, Roberto Carlos, Raul Seixas e Zé Ramalho.
Flagrantes da violência, incluindo vítimas e algozes também do Cangaço rural e urbano antes mesmo de Lampião são encontrados na literatura de cordel que tanto tem inspirado literatos e cineastas ao longo dos anos.
Os cordelistas são muito rápidos na composição em versos de enredos históricos ou de passagem, isto é: factuais.
Exemplos disso são frequentes.
Logo após o anúncio do suicídio do presidente Getúlio Vargas, em 1954,
Rapidamente milhares de folhetos foram compostos, impressos e vendidos nas ruas do Rio de Janeiro e de outras partes do País.
O mesmo ocorreu com o Rei do Baião e Ayrton Senna.
Mais ou menos a essa hora do dia 2 de maio de 1994, o cordelista piauiense Guaipuan Vieira escrevia, em sextilhas:

Maio de noventa e quatro
Dia do trabalhador
O mundo comemorava
Esta data de valor
Mas de súbito da Itália
Chegou a notícia de dor.

 Veio sim pelo destino
Que sempre foi traiçoeiro
Trazendo para o Brasil
Neste mês dia primeiro
Tristeza, luto e pranto
Por um filho brasileiro.

O mundo inteiro assistia
O Prêmio de San Marino
Ayrton Senna da Silva
No seu gesto de menino
Buscava o título de tetra
Para o Brasil genuíno.

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