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segunda-feira, 26 de novembro de 2012

HERNÂNI DONATO É HOJE ESTRELA NO CÉU

Só agora lendo os torpedos do bom, querido e atento Luís Avelima é que me dei conta de que o Brasil perdeu um de seus mais brilhantes filhos: o escritor Hernâni Donato.
Hernani, uma pessoa sempre de bem com a vida, teve uma relação muito boa com o número 2.
Ele nasceu em Botucatu, SP, no dia 12 de dezembro de 1922 e morreu na capital paulista no dia 22 deste mês e ano de 2012.
Esse número é um número interessante, por representar carinho, respeito, amor e compreensão.
O matemático Malba Tahan, de batismo Júlio Cesar de Melo e Souza, carioca de 1895, já dizia isso.
Eu gostava muito de Hernâni.
São de sua autoria os indispensáveis livros Dicionário das Batalhas Brasileiras e A Revolução de 1932, clássicos que nos ajudam a entender o Brasil e, particularmente, São Paulo.
Junto com Mário Albanese, Ives Gandra, que acaba de prefaciar o livro Antologia dos Pensionistas; e Paulo Vanzolini, entre outros, uma vez por mês ocupávamos espaço na Pensão Jundiaí, criada por Mariazinha Congilio, uma poeta paulista de Planalto, muito querida por todos nós.
Hernâni foi contista, romancista, ensaísta, biógrafo e historiador.
E como ser humano, incrível!
Num livro de minha autoria, publicado em 1996, à guisa de apresentação ele escreveu:
“Às vezes, a obra aprisiona o criador. E o conduz, molda. Aconteceu assim a Assis Ângelo em relação a seu texto a Presença dos Cordelistas e Cantadores Repentistas em São Paulo. A crônica dirá tratar-se de um dos mais persistentes, argutos, conscienciosos pesquisadores debruçados sobre a multifacetada estrutura da sociedade paulistana. É de justiça incluí-lo no rol dos que, a seu modo, amaram e serviram a cidade nem sempre fácil de entender, conquistar, manter no achego dos grandes afetos {...} Neste trabalho de fôlego e pertinência, Assis Ângelo estuda o cordel, o repente (introduzindo o leitor na antiguidade, nos requintes, na beleza, nas dificuldades do gênero)...”.
Ele finda o texto extraindo de uma sextilha uma quadra a mim me dirigida pelo grande poeta repentista Otacílio Batista, esta:

Nosso companheiro Assis
Que é poeta de raça
Gosta muito de São Paulo
E sem São Paulo não passa...

Além do mais, Hernâni Donato era um ser generoso.

PALESTRA
Ontem Roniwalter Jatobá, Chambinho do Acordeon e eu, sob a experiente batuta da jornalista Mirian Paglia (aí, no clique da produtora cultural Andrea Lago), fizemos palestra de encerramento do projeto literário independente Primavera dos Livros na Biblioteca de São Paulo, no Parque da Juventude. Roni, que é autor do livro O Jovem Luiz Gonzaga (Nova Alexadnria), agora na 2ª edição, falou com categoria da infância de Gonzaga em Exu e a sua chegada ao Rio de Janeiro. Eu falei da obra e um pouco do homem e Chambinho, naturalmente, discorreu sobre a experiência de levar o personagem para a telena (Gonzaga, de Pai Pra Filho, atualmente em cartaz nas boas salas do ramo).
Depois da troca de ideias na mesa, Chambinho deu show num dos espaços da biblioteca.
Arrasou.
O evento é promovido pela Liga Brasileira de Editoras (Libre).
Além de primavera, o ano tem outras estações: inverno, outono e verão.
Sugestão: por que não um evento chamado LEITURAS DE VERÃO, hein?

DE PAI PRA FILHO
Hoje faz um mês que o filme Gonzaga, de Pai Pra Filho, de Breno Silveira, entrou em cartaz nos cinemas do Brasil. Até agora, cerca de 1,3 milhão de pessoas já o assistiram. Muita gente tem saído chorando, caso do criador da Cortez Editora, José Cortez.

CASA DO REPENTISTA
O amigo Chico Repentista convida amigos para uma tertúlia na Casa do Cantador em Ceilância, no Distrito Federal, na próxima sexta, 30, às 20 horas. A Casa foi criada em 1986 e ergueu-se com projeto de mestre Oscar Niemeyer.

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