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terça-feira, 17 de abril de 2012

A SECA VOLTA A ARDER NO NORDESTE

A seca d´água continua vitimando gente e bicho em parte do Nordeste.
Centenas de municípios do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas estão hoje com estados de emergência decretados.
A Bahia é a região mais atingida, junto com o Piauí.
Mais de 4 milhões de pessoas estão sofrendo com essa seca, já vista como uma das maiores do século.
A seca tem provocado também centenas de focos de incêndio Nordeste afora.
Para amenizar o problema, o governo federal tem liberado alguns recursos.
Por que não extinguir o problema?
Só não há solução para a morte...
Do século 19, a maior estiagem ocorreu em 1877.
O Ceará foi o Estado mais atingido.
Pelo menos 500 mil pessoas morreram, na ocasião.
O imperador Dom Pedro chorou pitangas e foi pessoalmente à área da tragédia. Depois do que viu, prometeu vender até “a última joia da Coroa”.
Promessa não cumprida.
E as tragédias se sucederam.
As maiores do século 20 se localizaram também no Nordeste, entre 1934 e 1936; e 1979, que se prolongou até 1981.
Antes, em 1932, houve uma grandona no Ceará que dizimou muita gente.
Essa inspirou o poeta Patativa do Assaré a compor a canção A Morte de Nanã.
Patativa também se inspiraria em 1981, quando compôs Seca D´água, com melodia de Chico Buarque e outros artistas que engrossaram um coral de quase 140 vozes num disco posto no mercado via Caixa Econômica Federal, cuja renda foi toda revertida às vítimas.
Mas o problema continua.
Até quando?
Em abril de 1962, o governo brasileiro conseguiu dos Estados Unidos um empréstimo de US$ 131 milhões para ajudar no combate à seca do Nordeste.
O dinheiro acabou e a seca continua.
Em 1953, Luiz Gonzaga e Zé Dantas compuseram Vozes da Seca, que Gonzaga gravou. A letra diz:

Seu doutô os nordestinos
Têm muita gratidão
Pelo auxílio dos sulistas
Nessa seca do sertão
Mas doutô uma esmola
A um homem qui é são
Ou lhe mata de vergonha
Ou vicia o cidadão...

O tema seca está na música, nas artes plásticas, no cinema, na TV, no teatro, na literatura, em todo canto e lugar.
Zé Lins e Guimarães Rosa deixaram obras-primas.
Clique para ouvir um trecho da obra-prima Grande Sertão: Veredas, que gravei nos estúdios da Rádio Globo, há alguns anos:

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